A defesa do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), divulgou nota nesta quarta-feira (3) negando qualquer tentativa de obstrução às investigações da Polícia Federal (PF). O parlamentar, que prestou depoimento no mesmo dia, segue preso preventivamente por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a Polícia Federal, Bacellar teria informado previamente o ex-deputado estadual Thiego Raimundo, conhecido como TH Joias, sobre uma operação que seria deflagrada contra ele, permitindo que o ex-parlamentar se preparasse para fugir. O caso é investigado no contexto de ações voltadas ao combate a facções criminosas no estado.

Posicionamento da defesa

Os advogados afirmaram que Bacellar “não praticou qualquer ato que possa ser caracterizado como obstrução” e rejeitaram a acusação de repasse de dados sigilosos. Após ser ouvido pelos investigadores, o parlamentar teria relatado estar “tranquilo” e “confiante de que a Assembleia não irá referendar a prisão”.

O que diz a PF

A versão apresentada pela defesa contrasta com os elementos reunidos pela Polícia Federal. A corporação sustenta que Bacellar integraria um esquema que favorecia TH Joias, apontado como aliado de integrantes do Comando Vermelho. Conforme o inquérito, o ex-deputado recebia informações antecipadas sobre operações, o que teria facilitado deslocamentos, troca de aparelhos telefônicos e estratégias para evitar capturas.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a prisão preventiva, cita conversas consideradas indícios da suposta interferência. Em uma delas, na véspera da operação, TH Joias comunica a Bacellar a ativação de um novo chip com DDD da Paraíba. Ao enviar o número, teria se referido ao presidente da Alerj como “01”. Segundo a PF, uma figurinha enviada como resposta demonstraria ciência e possível anuência à troca, utilizada no dia seguinte para orientar a fuga.

Próximos passos

As investigações seguem sob sigilo. Enquanto isso, Bacellar permanece detido, aguardando análise do caso pelo STF e pela Mesa Diretora da Alerj, que decidirá se manterá ou não a prisão preventiva do parlamentar.

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