O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou nesta segunda-feira (1º) uma resolução que muda profundamente o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil. A principal inovação é o fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas — uma demanda antiga de consumidores e entidades que defendiam a redução dos custos.

Segundo o Ministério dos Transportes, a simplificação pode gerar uma queda de até 80% no custo total para tirar a habilitação, além de oferecer mais liberdade ao candidato para escolher onde e como realizar sua preparação.

A resolução entra em vigor assim que for publicada no Diário Oficial da União, o que deve ocorrer nos próximos dias.


Formação flexibilizada: estudo poderá ser 100% online

O conteúdo teórico — que antes exigia número mínimo de horas em autoescolas — passa agora a ser totalmente flexível.
O governo federal disponibilizará o curso de forma gratuita e online, permitindo que o candidato estude por conta própria, no horário que preferir.

Quem desejar, ainda poderá fazer as aulas em autoescolas tradicionais ou instituições credenciadas. A versão presencial continua autorizada, mas deixa de ser obrigatória.


Aulas práticas com grandes mudanças

A carga horária mínima das aulas práticas também foi reduzida:
de 20 horas para apenas 2 horas-aula.

O candidato poderá escolher entre:

  • Autoescolas convencionais
  • Instrutores autônomos credenciados
  • Preparação personalizada com profissionais habilitados

Outra novidade é a permissão para realizar as aulas usando o próprio veículo do candidato, desde que o automóvel atenda às normas de segurança e esteja acompanhado de um instrutor autorizado.


Instrutor autônomo: nova categoria regulamentada

Pela primeira vez, o Contran cria a figura do instrutor autônomo, ampliando o mercado de trabalho no setor.

Esses profissionais serão:

  • credenciados pelos Detrans estaduais;
  • identificados via Carteira Digital de Trânsito;
  • obrigados a cumprir requisitos como ensino médio completo, CNH há pelo menos dois anos e ausência de infrações gravíssimas no último ano.

O Ministério dos Transportes ainda oferecerá curso gratuito de formação para quem deseja ingressar na área.


Provas continuam obrigatórias

Apesar das mudanças estruturais, as avaliações continuam sendo etapas essenciais:

  • Prova teórica com questões objetivas
  • Prova prática em trajeto definido pelo Detran
  • Reprovações terão tentativas ilimitadas
  • Segunda tentativa poderá ser feita sem taxas adicionais

A coleta biométrica e o exame médico seguem obrigatórios e presenciais.


Fim da validade do processo da primeira CNH

Outra mudança significativa é o fim do prazo de 12 meses de validade para o processo de habilitação.
Com a nova regra, o processo passa a ser indeterminado, sendo encerrado apenas se o candidato cometer irregularidades previstas na resolução.


Mudanças para categorias C, D e E

Condutores profissionais também serão beneficiados com a flexibilização.
A obtenção e mudança para as categorias C, D e E poderá ser feita em:

  • Autoescolas
  • Outras entidades credenciadas

A intenção é modernizar e facilitar o acesso de caminhoneiros e motoristas de transporte coletivo ao mercado de trabalho.


Objetivo: redução de custos e inclusão

O Ministério dos Transportes afirma que as medidas atendem a uma demanda popular e corrigem um obstáculo histórico: o alto custo da primeira habilitação.

Uma pesquisa encomendada pela pasta revelou que:

  • 1 em cada 3 brasileiros não possui CNH devido ao preço elevado;
  • Quase metade dos condutores irregulares deixa de regularizar a situação justamente por causa do custo.

O governo avalia que a simplificação favorece especialmente jovens, trabalhadores de baixa renda e moradores de cidades afastadas dos grandes centros.

Com informações do Contran – Foto divulgação

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