Levantamento aponta que parte dos 99 suspeitos identificados era de fora do Rio e tinha longa ficha criminal; operação desarticulou principal centro de comando do Comando Vermelho no país
O Governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou, nesta sexta-feira (31/10), a identificação de 99 criminosos mortos durante a Operação Contenção, deflagrada na última terça-feira (28/10) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio.
Do total, 42 tinham mandados de prisão em aberto e pelo menos 78 possuíam histórico criminal extenso — número que ainda pode aumentar conforme as investigações avançam.
Segundo o governador Cláudio Castro, o resultado reforça a eficiência do trabalho de inteligência e a importância da integração entre estados.
“Todos os identificados eram criminosos perigosos. A integração das forças de segurança foi essencial para atingir o coração da facção”, afirmou Castro.
De acordo com a Polícia Civil, os complexos do Alemão e da Penha funcionavam como centros de comando, treinamento e logística do Comando Vermelho. As investigações apontam que o grupo movimentava cerca de 10 toneladas de drogas e 50 fuzis por mês, abastecendo ao menos 24 comunidades do estado, entre elas Maré, Jacarezinho, Lins e Rocinha.
O levantamento revelou ainda que criminosos de diversos estados estavam atuando no Rio: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, além de integrantes de Goiás, Espírito Santo, Paraíba e Mato Grosso.
“Esse foi um trabalho intenso e técnico. Em poucos dias conseguimos identificar os narcoterroristas e levantar seus históricos criminais”, declarou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
O documento de inteligência produzido pela Polícia Civil, que reúne centenas de páginas, trará o perfil completo dos mortos e uma análise sobre o papel estratégico dos complexos dentro da estrutura nacional do Comando Vermelho.
Ao todo, 117 criminosos foram mortos na operação. Todos os corpos já passaram por perícia, e 89 foram liberados para as famílias.
“A Operação Contenção é uma política pública permanente, que envolve várias fases. Já bloqueamos R$ 6 bilhões da facção e apreendemos mais de 200 armas, muitas em mansões da Barra da Tijuca e em São Paulo. O combate continua”, reforçou Curi.
Com informações do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

