Brasília — O Ministério da Educação (MEC) pretende alcançar, até 2026, todos os territórios do país com matrículas em ensino integral na educação básica. Hoje, a cobertura nacional se aproxima de 90%, mas o governo quer concluir ainda em dezembro deste ano a estratégia que irá consolidar a ampliação do modelo. A informação foi confirmada pela secretária de Educação Básica do MEC, Katia Schweickardt, em entrevista à Agência Brasil.

A expansão do ensino integral é tratada como prioridade estratégica pela pasta, não apenas pelo aumento da carga horária, mas pela necessidade de qualificação das escolas e dos educadores para um modelo pedagógico mais amplo e integrado.

Ensino integral além das 7 horas diárias

Pelas regras do Inep, uma matrícula é considerada integral quando o estudante permanece pelo menos sete horas por dia na escola, cinco dias por semana. No entanto, segundo Schweickardt, esse é apenas o ponto de partida.

“A educação integral precisa trabalhar outros aspectos essenciais: formação continuada dos professores, infraestrutura adequada, espaços para esporte, cultura, arte e convivência. Não é só tempo; é qualidade”, afirmou.

A secretária reforça que o ensino integral deve refletir as especificidades de cada território, valorizando elementos culturais, sociais e educacionais regionais.

Intersetorialidade na prática

Durante a pandemia, muitas escolas assumiram funções além do ensino, tornando-se polos de acolhimento, alimentação e informação. Para a secretária, essa experiência mostrou que educação integral depende de uma articulação entre diferentes áreas do governo.

“A escola não pode trabalhar sozinha. Saúde, cultura, assistência social e esporte precisam atuar juntos, compartilhando responsabilidades”, destacou.

Alfabetização: meta é chegar a 64% das crianças lendo na idade certa

Outro ponto central do MEC para 2026 é elevar o índice de alfabetização na idade correta. O governo espera divulgar ainda este ano os resultados dos exames nacionais de alfabetização, com meta de atingir 64% das crianças alfabetizadas até o 2º ano do ensino fundamental.

Conectividade escolar: salto de 64% para 80%

O MEC também trabalha para ampliar o acesso das escolas públicas à internet de qualidade com uso pedagógico. Atualmente, 64% das unidades estão conectadas. A meta é chegar a 80% até o final de 2026.

Pé-de-Meia será política educacional permanente

O Programa Pé-de-Meia — que oferece apoio financeiro a estudantes do ensino médio para incentivar permanência e progressão escolar — também deve ser consolidado como política pública permanente.

“Mais do que um incentivo financeiro, é uma estratégia para garantir que o estudante permaneça e conclua sua trajetória escolar com aprendizagem real”, explicou a secretária.

Toda Matemática: novo pacto nacional entra no foco

Além da alfabetização, o MEC também pretende expandir, em 2025, o impacto do “Compromisso Nacional Toda Matemática”, programa lançado em outubro deste ano e inspirado no modelo de cooperação implementado no pacto pela alfabetização na idade certa.

Evento de diálogo e integração

As declarações da secretária ocorreram durante o evento Educação Integral – Impacto Real, realizado pelo Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Instituto Natura e Instituto Sonho Grande (ISG), que reuniu especialistas, técnicos e gestores para discutir avanços e desafios da educação integral no Brasil.

Com informação da Agência Brasil – Foto – Tomaz Silva

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