A revisão do Plano Diretor de São João da Barra voltou ao centro das atenções e revela um impasse que vai muito além do campo técnico. A disputa envolve Prefeitura, Câmara de Vereadores, empresários e a sociedade civil, com fortes divergências sobre o modelo de desenvolvimento que o município deve seguir.

O ponto mais polêmico é a proposta de mudança de classificação de áreas próximas ao Porto do Açu, como a RJ-240 (trevo de Caetá – Ponte da Integração) e a SB-24 (Estrada do Galinheiro). A Secretaria de Meio Ambiente defende que essas regiões passem a ser classificadas como zonas rurais, em nome da proteção ambiental e de um maior controle sobre o uso do solo.

Em contrapartida, a Secretaria de Desenvolvimento, grande parte dos vereadores e representantes empresariais defendem que as áreas permaneçam como zonas mistas, permitindo usos mais variados. Segundo eles, a alteração poderia prejudicar empresas já instaladas e afastar novos investimentos, reduzindo a competitividade de São João da Barra em um momento estratégico, com o Porto do Açu em expansão.

A proposta também traz reflexos diretos para a construção civil, já que há pressões para flexibilizar limites atuais, como a altura máxima de edificações e o tamanho dos galpões permitidos. Empresários afirmam que tais mudanças são fundamentais para consolidar a vocação industrial e logística da região.

O Núcleo Gestor de Acompanhamento do Plano Diretor, que reúne secretarias municipais e representantes da Câmara, segue em busca de consenso. Porém, o embate político tem se sobreposto às análises técnicas apresentadas pela fundação responsável pelos estudos, aumentando a tensão e atrasando uma decisão.

Ao fim, o que está em jogo é mais do que a atualização de um documento legal. Trata-se da definição do modelo de futuro que São João da Barra pretende adotar: um município que privilegia a expansão industrial e a arrecadação ou que aposta em maior rigor ambiental e controle territorial.

O debate retorna à Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (10), a partir das 14h, e promete novas discussões acaloradas.

Com informações do Manchete RJ – Foto Reprodução

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