Enquanto os bares e trailers na faixa de areia da Lagoa de Cima são alvo de fiscalização e remoção, construções irregulares — como casas erguidas diretamente sobre a areia — permanecem sem qualquer ação oficial.

No sábado (19), uma operação integrada entre as secretarias de Meio Ambiente, Segurança e Ordem Pública, Defesa Civil e a Guarda Civil Municipal (Grupamento Ambiental) notificou 27 estruturas irregulares, entre quiosques e edificações construídas em áreas de preservação ambiental próximas à Lagoa de Cima .

Os proprietários têm até 10 dias úteis para se regularizar ou providenciar a remoção das estruturas, sob risco de demolição ou retirada forçada . Toda ação foi motivada por denúncias recebidas por moradores e pelo Ministério Público.

🏠 Casas irregulares: silêncio oficial

Embora tenham sido identificadas construções que ferem legislação ambiental e urbana, incluindo ligações elétricas clandestinas e chuveiros improvisados, as casas fixas sobre a faixa de areia não foram notificadas ou mencionadas como alvo da operação. A Prefeitura não divulgou cronograma para regularização dessas residências, mesmo com infrações aparentemente mais graves e permanentes.

🛶 Contraste entre o templo público e o privado

A diferença de tratamento levantou críticas locais: moradores questionam por que estabelecimentos comerciais — frequentemente temporários — recebem ação imediata, enquanto moradias irregulares seguem em funcionamento impune. Esses imóveis fixos representam maior impacto ambiental e maior risco estrutural, ainda sem reação oficial.

🔍 Próximos passos

Na última semana, secretarias municipais realizaram reunião técnica articulando novas medidas. Um relatório com laudo de engenheiros civis e ambientais definirá os próximos passos para ordenamento da área — incluindo possivelmente demolições ou remoções de edificações móveis .

O processo ainda aguarda resolução sobre:

Inclusão das casas irregulares na fase posterior da ação;

Garantia de acesso público às margens da lagoa;

Equilíbrio entre regularização urbanística e preservação ambiental.

✅ Recado final

A operação confirma esforço municipal pelo ordenamento da Lagoa de Cima, mas evidencia falta de critério ou transparência na escolha do que é fiscalizado. A expectativa agora recai sobre os próximos passos da Prefeitura, que devem apontar se haverá ação sobre as irregularidades mais estruturais — ou se persistirão zonas cinzentas entre o público e o privado.

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