Um trabalho que une ciência, educação e engajamento social vem alterando a forma como escolas e comunidades do Norte Fluminense percebem o impacto dos resíduos plásticos em lagoas, restingas e praias da região. Trata-se do Projeto ECOS – Educação para uma Costa Sana, desenvolvido pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), sob coordenação da professora Maria Cristina Canela e financiamento da FAPERJ.
Em pouco mais de um ano, o projeto já mobilizou cerca de 700 crianças e adolescentes do município de São João da Barra (RJ). Por meio de feiras de ciência, oficinas, jogos digitais e atividades práticas, os jovens têm contato direto com temas como reciclagem, microplásticos, monitoramento ambiental por tecnologia e responsabilidade socioambiental. Os materiais utilizados nas ações – muitos deles criados com itens recicláveis – aproximam o conteúdo científico da rotina dos estudantes.
Ciência, tecnologia e ação social
O ECOS também integra frentes de pesquisa inovadoras. Uma delas utiliza monitoramento aéreo com drones ao longo de 50 km de praias e restinga, combinando imagens hiperespectrais e inteligência artificial para localização e classificação de resíduos sólidos. Outra vertente analisa microplásticos em lagoas costeiras, correlacionando dados ambientais e grau de urbanização.
O impacto prático é expressivo: o projeto conseguiu arrecadar 1,6 tonelada de tampinhas plásticas, evitando que o equivalente a 1,1 milhão de unidades chegasse ao ambiente. Após triagem, o material foi encaminhado para reciclagem, e o valor revertido para projetos sociais de alfabetização e reforço escolar da ONG Santa Bernadette Soubirous.
Ações em campo e parcerias
Em parceria com a Reserva Caruara, o grupo promoveu duas ações de limpeza com mutirões na praia de Grussaí e na sede da reserva, mobilizando escolas, projetos sociais e empresas. As atividades envolveram remoção de resíduos e dinâmicas de educação ambiental ao ar livre.
O projeto também marcou presença em eventos institucionais, como o seminário “Educação e Cidadania Fiscal”, fortalecendo parcerias com órgãos públicos. Uma delas, com a Receita Federal, resultou na doação de celulares que hoje são utilizados nas atividades educativas.
Educação que transforma
Para a professora Maria Cristina, o trabalho está consolidando um novo olhar para o cuidado com o território:
“Ao unir ciência, educação e mobilização comunitária, o projeto ECOS fortalece uma cultura de responsabilidade ambiental no Norte Fluminense. Suas ações mostram que a redução de resíduos plásticos depende tanto de informação quanto de engajamento coletivo.”
Com resultados concretos e forte adesão da comunidade, o ECOS se torna referência regional de educação ambiental aplicada, ajudando a formar novas gerações mais conscientes sobre o futuro do planeta.
Com informação da UENF – Foto: Divulgação



