O investimento de cerca de R$ 1 bilhão do Rioprevidência em ativos ligados ao Banco Master voltou ao centro do debate público após a prisão do presidente da instituição financeira, Daniel Vorcaro, durante a Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (18). A ação investiga a emissão de créditos falsos e possíveis práticas de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
Há pouco mais de um mês, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) ordenou que o Rioprevidência suspendesse novos aportes nos fundos administrados pelo conglomerado Master após identificar sinais de fragilidade financeira da instituição — o que, segundo o órgão, colocaria em risco parte significativa do patrimônio destinado ao pagamento de aposentados e pensionistas.
Pelos cálculos do tribunal, aproximadamente 25% dos recursos da autarquia estavam expostos a produtos administrados ou vinculados ao banco. O Rioprevidência contesta o número e afirma que o montante real é de R$ 960 milhões, todos aplicados em operações consideradas regulares, com rating “A-” e dentro das normas do Conselho Monetário Nacional à época dos investimentos.
Com a prisão de Vorcaro e a decisão do Banco Central de decretar a liquidação extrajudicial do Banco Master, o caso ganhou novos desdobramentos. A PF também cumpriu mandados na sede do Banco de Brasília (BRB), que teve seu presidente afastado.
Em comunicado, o Rioprevidência declarou ter sido “surpreendido” pela medida cautelar do TCE, afirmou que não aplica novos recursos no Master desde 2024 e reforçou que parte dos fundos citados não possui relação direta com o banco, sendo administrados por gestoras independentes ou lastreados em títulos públicos.
O órgão sustenta ainda que mantém solidez financeira, cumprimento de normas e que está “protocolando todos os esclarecimentos técnicos” ao tribunal. O caso segue acompanhado por órgãos de controle e deve continuar repercutindo no ambiente político e financeiro fluminense, especialmente por envolver recursos de 430 mil servidores ativos e inativos do estado.
Com informações da CBN – Foto: Alan Santos/PR



