A atual legislatura da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes tem sido marcada por uma movimentação política intensa. Embora a Casa conte oficialmente com 25 cadeiras, o número de parlamentares que já passaram pelo plenário em apenas 10 meses chega a 34 — resultado de nomeações, exonerações e compromissos partidários.
Atualmente, sete cadeiras são ocupadas por suplentes, o que representa 28% do total de vagas.
O cenário é considerado o de maior rotatividade em um início de legislatura motivada por articulações políticas, e não por decisões judiciais — como ocorreu entre 2017 e 2020, período marcado pelos desdobramentos da Operação Chequinho, quando 44 vereadores chegaram a exercer o mandato.
Grande parte das mudanças está concentrada na base aliada do prefeito Wladimir Garotinho (PP), que afirma já ter cumprido todos os compromissos partidários assumidos com os candidatos de sua sigla. No ano passado, Wladimir havia prometido que os filiados ao Progressistas (PP) que obtivessem mais de 2 mil votos teriam oportunidade de assumir o mandato.
A régua foi alcançada nesta semana com as posses de Juninho Jubiraca e Duda de Ururaí, quarto e quinto suplentes do partido. Antes deles, outros nomes como Néa Terra, Doutor Maninho e Vinicius Madureira chegaram a ocupar a vaga, mas assumiram funções no governo municipal.
Outras trocas ocorreram em diferentes legendas. No PL, a saída de Nildo Cardoso da Câmara para comandar a Secretaria de Abastecimento abriu espaço para Beto Abençoado. No PDT, Leon Gomes e Diego Dias migraram para o primeiro escalão da Prefeitura, enquanto Luciano Rio Lu e Marcelo Feres assumiram as cadeiras legislativas.
Na oposição, também houve alteração: a vereadora Thamires Rangel (PMB) deixou o cargo para atuar como subsecretária estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, dando lugar a Rogerão (PMB) — uma das movimentações mais comentadas nos bastidores da política local.
O presidente da Câmara, Fred Rangel (PP), avalia que parte das mudanças já era esperada, mas reconhece que o número de trocas surpreende:
“As alterações são resultado de compromissos partidários e de articulações com o Executivo. Nosso papel é seguir o regimento e convocar os suplentes sempre que houver vacância”, explicou.
Sobre o impacto financeiro das exonerações e nomeações constantes, Fred minimiza:
“São despesas extras, mas dentro da programação. Nada que comprometa o orçamento da Câmara”, afirmou.
O prefeito Wladimir Garotinho reforça que, neste momento, não há previsão de novas mudanças por iniciativa do governo:
“Os compromissos foram cumpridos. Se houver novas trocas, será por acordo entre os próprios vereadores e suplentes. Da nossa parte, o ciclo foi encerrado”, destacou.
📄 Com informações do Blog do Arnaldo Neto

