Durante o período em que o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, assumiu interinamente o Governo do Estado do Rio de Janeiro, uma medida polêmica foi publicada no Diário Oficial da última quinta-feira (27/06): a revogação do Termo de Cooperação Técnica e Financeira que garantia repasses mensais ao município de Campos para ações de média e alta complexidade na saúde pública.
O termo, firmado em abril de 2022 entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Campos, previa o envio de aproximadamente R$ 4 milhões por mês, recursos fundamentais para o funcionamento da rede de saúde local, especialmente em áreas como o Hospital Ferreira Machado, Hospital Geral de Guarus (HGG) e unidades básicas.
A revogação surpreendeu autoridades municipais e gerou reações imediatas. Em nota oficial, a Prefeitura de Campos afirmou que ainda não foi notificada oficialmente da decisão, mas destacou que “a medida compromete a continuidade de serviços essenciais” e que “espera diálogo com o novo comando do Estado para reverter o cenário”.
A publicação da revogação se deu durante o curto período em que Rodrigo Bacellar esteve como governador em exercício, substituindo Cláudio Castro, que estava em viagem. A decisão reacendeu discussões sobre possíveis motivações políticas, já que Bacellar é natural de Campos, mas hoje rompeu com a atual gestão municipal, liderada pelo prefeito Wladimir Garotinho.
Lideranças locais e vereadores já se manifestaram publicamente, cobrando uma reavaliação por parte do Governo do Estado. Representantes da sociedade civil também se dizem preocupados com o impacto direto da medida na qualidade dos atendimentos à população.
Apesar da revogação, o Governo do Estado ainda não se pronunciou oficialmente sobre os motivos da medida nem indicou se haverá substituição por outro modelo de parceria ou financiamento.
Com o fim do apoio estadual, a gestão municipal deverá buscar alternativas para recompor o orçamento da saúde, o que pode incluir remanejamentos internos, novos convênios ou articulações políticas para tentar restabelecer o suporte financeiro perdido.
Enquanto isso, a população de Campos aguarda por respostas — e, principalmente, por garantias de que não ficará desassistida em um dos setores mais sensíveis da administração pública: o da saúde.