O Estado do Rio de Janeiro abriga hoje uma das maiores diversidades indígenas do país. Segundo dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vivem no estado indígenas de 207 etnias diferentes, um aumento expressivo em relação às 163 etnias registradas em 2010. O levantamento coloca o Rio entre as sete unidades da federação com maior número de etnias indígenas.
Com o crescimento da presença e autorreconhecimento dos povos indígenas, também subiu o número de línguas faladas no território fluminense, que passou de 42 para 74. A mais falada é a Guarani Mbya, que supera a Guarani Nhandeva, anteriormente predominante.
A maior concentração de indígenas está na capital, com 176 etnias registradas, seguida por Niterói (56), São Gonçalo (53), Duque de Caxias (52), Nova Iguaçu (34), Cabo Frio (30) e Campos dos Goytacazes (28). Municípios como Bom Jardim, Cordeiro e Sapucaia registram apenas uma etnia.
O agrupamento Guarani, que reúne as etnias Avá-Guarani, Guarani Kaiowá, Nhandeva e Mbya, é o mais representativo. Só a etnia Guarani Mbya reúne 653 pessoas no estado, com a maioria vivendo em três Terras Indígenas: Guarani Araponga e Parati-Mirim, em Paraty, e Guarani de Bracuí, em Angra dos Reis.
O estudo também aponta avanços em indicadores educacionais: 80,9% dos indígenas Guarani Mbya com 15 anos ou mais são alfabetizados. Dentro das Terras Indígenas, o índice varia de 66% a 83%.
Em todo o país, o IBGE identificou 391 etnias e 295 línguas indígenas. No Brasil, vivem hoje cerca de 1,7 milhão de pessoas indígenas, das quais 16.994 estão no Estado do Rio de Janeiro, um leve aumento em relação a 2010.
Os dados reforçam a pluralidade e a vitalidade dos povos originários no território fluminense, destacando o papel das Terras Indígenas e o fortalecimento das identidades culturais que resistem e se reinventam nas áreas urbanas e rurais.
📊 Fonte: RJ – Supervisão de Disseminação de Informações / IBGE
📸 Fernando Sato

