Agricultura e expansão urbana continuam entre as principais pressões sobre o bioma
Nas últimas quatro décadas, a Mata Atlântica perdeu 2,4 milhões de hectares de florestas, o que representa uma redução de 8,1% em relação à área registrada no início da série histórica. O dado foi divulgado nesta segunda-feira (28) pelo MapBiomas, que aponta o bioma como o mais degradado do país.
Atualmente, a Mata Atlântica conserva apenas 31% de sua vegetação natural, e cerca de metade do desmatamento recente ocorre em áreas de florestas maduras, com mais de 40 anos — regiões que concentram a maior parte da biodiversidade e do estoque de carbono do bioma.
Segundo Natália Crusco, integrante da equipe do MapBiomas, a ocupação humana e a expansão de atividades econômicas estão entre os principais fatores da degradação. “A vegetação natural da Mata Atlântica foi suprimida para abrir espaço para atividades humanas desde o início da colonização”, explica.
Embora o ritmo de desmatamento tenha variado nas últimas décadas, o estudo indica que, mesmo após avanços legais como a promulgação da Lei da Mata Atlântica, a destruição ainda persiste. Nos últimos cinco anos, a média anual de perda florestal foi de 190 mil hectares.
A agricultura segue como o principal vetor de mudança da paisagem. O cultivo agrícola quase dobrou de área desde 1985, com destaque para as lavouras de soja, cana-de-açúcar e café, enquanto as pastagens diminuíram em 8,5 milhões de hectares no período.
Outro fator de pressão é a expansão urbana, que duplicou desde 1985. Atualmente, três em cada quatro municípios da Mata Atlântica (77%) ampliaram suas áreas urbanizadas. Entre as capitais, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba concentram as maiores áreas urbanas do bioma, com mais de 30 mil hectares cada.
Com informações da Agência Brasil
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