Uma operação conjunta entre o Instituto BW, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), a Marinha do Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Ministério Público Federal (MPF) marcou, no último dia 10 de outubro, a soltura de 17 pinguins-de-Magalhães e um lobo-marinho-subantártico reabilitados no litoral fluminense.

Os animais haviam encalhado debilitados nas praias da Região dos Lagos e do Norte Fluminense durante o inverno e foram resgatados pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e Espírito Santo (PMP-BC/ES), executado pela Petrobras sob exigência do licenciamento ambiental federal do IBAMA. Após o resgate, receberam tratamento especializado no Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD-RL) do Instituto BW, em Praia Seca (Araruama).

Durante a reabilitação, a equipe multidisciplinar do IBW tratou casos de hipotermia, desnutrição e doenças respiratórias, devolvendo aos animais as condições ideais para o retorno ao habitat natural. A soltura aconteceu em alto-mar, a 140 km da costa, nas águas da Corrente do Brasil, favorecendo o deslocamento dos pinguins em direção às áreas de reprodução na Patagônia.

A ação contou com o apoio da Marinha do Brasil, que disponibilizou o Navio-Patrulha Oceânico “Apa”, e o acompanhamento oceanográfico do INPE, que utilizou imagens de satélite para analisar as condições do mar.

Segundo Dra. Paula Baldassin, vice-presidente e coordenadora de veterinária do Instituto BW, o momento simboliza um esforço coletivo pela conservação da vida marinha:

“Cada reabilitação bem-sucedida representa o compromisso conjunto de ciência, manejo e amor à natureza. A devolução desses animais ao mar é um marco do trabalho integrado em defesa da biodiversidade marinha.”

A iniciativa também incluiu o uso de telemetria satelital, realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), para acompanhar o comportamento e as rotas migratórias dos pinguins após a soltura — tecnologia que ajuda a entender como essas espécies interagem com as áreas de exploração de petróleo e gás nas Bacias de Campos e Espírito Santo.

O lobo-marinho-subantártico, resgatado em Arraial do Cabo, passou por um processo de recuperação em conjunto com o Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos). De acordo com o coordenador do grupo, Dr. Salvatore Siciliano, cada animal devolvido ao mar “representa o sucesso de um trabalho científico e ambiental que alia conhecimento e compromisso com a conservação”.

O Instituto BW reforça que, ao encontrar pinguins, tartarugas ou outros animais marinhos nas praias, a população não deve colocá-los em gelo nem devolvê-los ao mar. O contato deve ser feito pelo telefone 0800 991 4800, canal direto para o resgate.

Criado em 2020, o Instituto BW para a Conservação e Medicina da Fauna Marinha atua na reabilitação de animais silvestres e na educação ambiental, com foco na preservação dos ecossistemas costeiros e oceânicos do Rio de Janeiro.

Com informações do Instituto BW – Foto Divulgação

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