Às vésperas da COP-30, a Petrobras anunciou nesta segunda-feira (20) que obteve do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a licença de operação para perfurar um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, em águas profundas do Amapá. A estatal informou que a perfuração será iniciada imediatamente e deve durar cerca de cinco meses.
O poço está localizado no bloco FZA-M-059, a aproximadamente 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e 175 quilômetros da costa amapaense, em uma das áreas mais promissoras da Margem Equatorial brasileira — região considerada estratégica para o futuro energético do país.
Segundo a Petrobras, o projeto busca coletar informações geológicas para avaliar o potencial de petróleo e gás natural na região. A fase atual é apenas exploratória, ou seja, não há produção de petróleo prevista neste momento. O plano de investimentos da estatal (2025–2029) destina cerca de US$ 3 bilhões à Margem Equatorial, incluindo o poço liberado pelo Ibama.
Em nota, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa vai operar com “segurança, responsabilidade e qualidade técnica”, destacando o potencial da região como “nova fronteira energética mundial”.
O Ibama informou que a autorização foi concedida após um rigoroso processo de licenciamento ambiental, que envolveu estudos de impacto (EIA/RIMA), audiências públicas e mais de 60 reuniões técnicas. A Petrobras teve de aprimorar sua estrutura de resposta a emergências, incluindo a construção de um Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Oiapoque (AP) e o uso de novas embarcações de apoio.
A licença encerra um impasse de quase cinco anos e ocorre em meio a um intenso debate entre desenvolvimento energético e preservação ambiental. Ambientalistas alertam para os riscos da exploração na região, que abriga o maior cinturão de manguezais do mundo e o recife da Amazônia, descoberto em 2016.
A Margem Equatorial se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e desperta o interesse de grandes petroleiras, como ExxonMobil e Chevron, após descobertas expressivas no litoral da Guiana — país vizinho que hoje desponta como nova potência petrolífera mundial.
Com informações de O Globo.
Foto: Divulgação Foresea.

