A arte do circo e a força do corpo como instrumentos de superação e empoderamento. Essa é a proposta do Projeto Pendurados Acrobacias Circenses, criado por Juliana Berti, que desde 2020 tem ajudado mulheres a ressignificarem traumas e a se reconectarem consigo mesmas por meio da acrobacia aérea. O trabalho será apresentado no espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”, com apresentações gratuitas em diferentes pontos de Niterói nos dias 18 e 19 de outubro e 1º e 2 de novembro.
A montagem, que mistura arte e reflexão, aborda de forma poética e intensa o enfrentamento à violência em suas diversas formas, transformando dor em expressão corporal e liberdade. As apresentações acontecem na Praia de Icaraí, Horto do Barreto, Campo de Charitas e Praça da Vila dos Pescadores, em Itaipu.
Juliana, natural de São Paulo e professora da Escola Nacional de Circo, trouxe para Niterói o sonho de construir uma escola de circo segura, acolhedora e transformadora. “O Pendurados nasceu no meio da pandemia e hoje é um espaço de empoderamento e troca. Aprendi que, sozinho, ninguém levanta uma lona. O circo é coletivo, é união”, destaca.
O projeto, que tem aulas regulares na Praia de Icaraí, reúne majoritariamente mulheres, além de bolsistas apoiadas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. As atividades combinam acrobacia aérea com princípios de educação somática e consciência corporal, promovendo não apenas força física, mas também autoconhecimento e saúde emocional.
O espetáculo deste ano sucede a primeira produção do grupo, “Marcas do Passado” (2023), que abordou o tema da violência doméstica e emocionou o público. “O corpo fala. As mulheres encontram no tecido e na lira um canal para expressar o que muitas vezes é calado. É arte que cura”, explica Juliana Berti.
A psicóloga Thayla Muniz, de 31 anos, confirma a transformação que viveu com o projeto: “Sempre tive medo de altura, mas me tornei mais corajosa, mais aberta e confiante. O Pendurados mudou minha forma de enxergar o mundo”.
Além dela, a estudante de Direito Mariane Kaori, de 20 anos, destaca o ambiente de acolhimento: “Ganhei força, resistência e autoestima. Aqui, todas vibram juntas pelas conquistas umas das outras. É um espaço de crescimento físico e emocional”.
O espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas” tem direção de movimentos de Raphael Pompeu, dramaturgia de Juliana Berti e conta com os artistas Daniel Leubach, Mila Werneck, Maria Julia Teixeira de Macedo e Julia Kassuga.
🎭 SERVIÇO
Espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”
📅 18/10 – Praia de Icaraí, em frente à Rua Gal. Pereira da Silva – 9h
📅 19/10 – Horto do Barreto, Rua Dr. Luiz Palmier, s/nº – 11h
📅 1/11 – Campo de Futebol de Charitas, Av. Prefeito Silvio Picanço – 9h
📅 **2/11 – Praça da Vila dos Pescadores, Praia de Itaipu, s/nº – 16h

