Faleceu nesta sexta-feira (23), em Paris, o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização ambiental fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick Salgado. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado formou-se em Economia e iniciou sua carreira profissional na Organização Internacional do Café. Foi durante viagens de trabalho à África que descobriu sua paixão pela fotografia, abandonando a economia para se dedicar integralmente à arte de capturar imagens.
Ao longo de sua carreira, Salgado documentou a condição humana em mais de 120 países, produzindo séries fotográficas icônicas como “Trabalhadores”, “Êxodos” e “Gênesis”. Seu estilo em preto e branco e seu compromisso com questões sociais e ambientais o tornaram uma referência mundial no fotojornalismo.
Além de seu trabalho fotográfico, Salgado foi um fervoroso defensor do meio ambiente. Em 1998, ele e Lélia fundaram o Instituto Terra, dedicado à recuperação da Mata Atlântica no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. O projeto já resultou no plantio de milhões de árvores e na revitalização de ecossistemas degradados.
Sebastião Salgado recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua vida, incluindo o Prêmio Príncipe de Astúrias das Artes e o título de Embaixador da Boa Vontade da UNICEF. Em 2016, foi eleito membro da Academia de Belas-Artes da França, sendo o primeiro brasileiro a integrar a instituição.
Sua vida e obra foram retratadas no documentário “O Sal da Terra” (2014), dirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, seu filho, que foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário.
Sebastião Salgado deixa um legado inestimável para a fotografia e para a luta por justiça social e ambiental. Seu olhar sensível e comprometido continuará a inspirar gerações futuras.