Em um dia em que valorizamos o afeto e o descanso, voltamos os olhos a quem tantas histórias já viveu: nossos idosos. Em Campos dos Goytacazes, dois asilos — o Monsenhor Severino (parcialmente gratuito) e o Asilo Nossa Senhora do Carmo (100% gratuito) — acolhem dezenas de pessoas na terceira idade. Porém, muitos enfrentam uma realidade dura: solidão e abandono, mesmo em espaços que deveriam ser de acolhimento e carinho.
Realidade dos abrigos
Asilo Nossa Senhora do Carmo atende centenas de idosos em condições de vulnerabilidade, oferecendo ritmo de lazer e apoio, mas ainda conta com dificuldades de financiamento, dependendo de doações.
Já o Monsenhor Severino mantém um modelo misto: parte das vagas é paga e outra gratuita. Também enfrenta desafios na manutenção e apoio institucional.
Ambas as instituições revelam uma faceta da terceira idade em Campos: apesar da estrutura, muitos idosos não recebem visitas regulares de familiares — alguns relatam que os parentes “nem aparecem mais”.
Reflexão social
Este cenário aponta para uma desconexão crescente entre gerações. Os jovens seguem suas jornadas, muitas vezes sem perceber que a vida segue seu curso, e todos um dia chegarão à terceira idade. Vivemos em uma sociedade que privilegia o presente, mas esquece que o futuro próximo já atravessa a porta.
Conversamos com Maria Helena, 78 anos, moradora do Asilo Carmo há quatro anos:
“Meus filhos me trazem presente, mas não me visitam. Nesse lugar eu encontrei outros amigos, mas ainda sinto falta da família.”
Por que este tema é urgente?
- Os idosos merecem atenção afetiva e institucional — e os lares de longa permanência necessitam de mais recursos e solidariedade da comunidade.
- Abandoná-los não é apenas uma falha individual, mas social: estamos prestes a envelhecer também, e dependeremos politicamente dessa mesma sociedade.
- Enfrentar a solitude, o preconceito etário e o isolamento é um chamado coletivo — que passa pela família, o poder público, a comunidade e voluntários.
Caminhos para conscientização e ação
Campanhas de voluntariado para passeios, oficinas e visitas regulares;
Doações de materiais, medicamentos, alimentos;
Ação institucional: fiscalizar e cobrar políticas públicas com foco na terceira idade;
Diálogo intergeracional: sensibilizar crianças e jovens para exercitar a empatia e a consciência do tempo que passa.