O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi palco, nesta sexta-feira (27), do encerramento da 16ª edição do Parlamento Juvenil, um programa que promove a vivência parlamentar entre estudantes do ensino médio da rede pública estadual. Durante uma semana, 97 jovens assumiram o papel de deputados juvenis e apresentaram propostas de lei voltadas ao fortalecimento da educação, inclusão e combate à violência.
A cerimônia de encerramento contou com a apresentação da Camerata Jovem do Rio de Janeiro, que emocionou o público com o Hino Nacional e músicas populares brasileiras, reforçando o caráter cultural e cívico do evento.
Entre as propostas debatidas e votadas pelos estudantes, três se destacaram e foram aprovadas com grande apoio dos parlamentares juvenis. O projeto mais votado foi o “Programa Oficina de Meninas Empoderadas (OME)”, idealizado por Maria Laura Soares, de Areal, que propõe ações para o empoderamento de meninas negras e de baixa renda, como forma de prevenção à violência doméstica e abusos.
“Representar essas meninas é uma honra. Eu sou uma delas e sei o quanto precisamos ser ouvidas”, declarou Maria Laura, emocionada.
A segunda proposta mais votada foi a criação do aplicativo “Mundo TEA”, voltado para pais e responsáveis por pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A ideia partiu de um grupo de parlamentares juvenis dos municípios de Macuco, Bom Jardim, São Sebastião do Alto e Sumidouro, com o objetivo de fortalecer redes de apoio familiar e facilitar o acompanhamento terapêutico dos autistas.
Em terceiro lugar, foi aprovada uma campanha de combate ao assédio e à violência sexual contra homens, proposta pela jovem Geovanna de Abreu, de Teresópolis. Ela destacou a importância de se dar visibilidade ao tema: “Esse projeto é por todos que sofrem calados. Representar a minha comunidade e ser ouvida foi um momento épico da minha vida”, afirmou.
Além das votações, os jovens receberam seus diplomas em uma cerimônia de graduação simbólica e marcante, com todos trajando becas. O deputado Danniel Librelon (REP), coordenador do Parlamento Juvenil, anunciou a adoção de um pin exclusivo que os identifica como parlamentares juvenis. “Vocês viveram experiências únicas. Que levem isso para a vida e sejam multiplicadores dessa transformação nas suas comunidades”, declarou.
Júlia Conceição, presidente desta edição, e Karolina Helena, de Arraial do Cabo, também discursaram e emocionaram o público ao refletirem sobre a transformação pessoal vivida durante o programa. “Essa experiência mudou a minha visão de mundo e me mostrou como a política pode ser feita com empatia e propósito”, resumiu Karolina.
Na próxima segunda-feira (30), o plenário da Alerj votará o Projeto de Lei 2.964/24, que propõe instituir o Dia do Parlamentar Juvenil, a ser comemorado anualmente em 26 de junho, consolidando o legado do programa.
“O Parlamento Juvenil é uma semente plantada no presente, com potencial de florescer em lideranças transformadoras no futuro”, finalizou Danniel Librelon.