Hoje (9 de junho), o Supremo Tribunal Federal dá início à fase decisiva da investigação sobre a tentativa de golpe em 2022. No banco dos réus, estarão o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, com destaque para o primeiro a depor: o tenente‑coronel Mauro Cid, ex‑ajudante de ordens do ex-presidente e delator chave no caso.
Na tarde de hoje, às 14h, a Primeira Turma do STF retoma as sessões da ação penal que investiga a chamada trama golpista. A etapa crucial envolve os interrogatórios dos principais acusados, presos ou não, todos presentes na Corte .
O primeiro a ser ouvido é Mauro Cid, tenente‑coronel do Exército e ex‑ajudante de ordens de Bolsonaro, atualmente colaborador no processo, com acordo de delação premiada. A legislação determina que o delator vá primeiro, para que seus relatos sirvam de base às demais defesas .
Após Cid, seguem os interrogatórios em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e, por fim, o ex‑presidente Jair Bolsonaro .
Estão previstas sessões até sexta-feira (13), seguidas das alegações finais da acusação e defesa, etapas que precedem o julgamento .
Mauro Cid reencontra Bolsonaro pela primeira vez desde que firmou sua delação — e promete derrubar verdades incômodas: ele deteria minutas de decretos para instaurar estado de exceção e estaria no epicentro das articulações para o golpe, conforme consta na denúncia .
A PGR acusa o grupo de crimes graves, como “tentativa de golpe de Estado”, “organização criminosa armada” e “abolição violenta do Estado democrático de direito”. A sentença pode levar à condenações com penas superiores a 30 anos.
Fontes do meio jurídico avaliam que as defesas vão tentar ruir a credibilidade de Mauro Cid e desacreditar a denúncia, alegando que se tratou apenas de “cogitações” ou de iniciativa isolada de generais, sem o aval decisivo de Bolsonaro .
A audiência é pública e transmitida ao vivo pela TV Justiça e no canal oficial do STF no YouTube. O UOL, Poder360 e Estadão também cobrem em tempo real .
Essa etapa de depoimentos marca um divisor de águas no processo. Além de antecipar o tom do julgamento, as declarações dos réus — especialmente Bolsonaro — serão decisivas para definir o rumo da narrativa sobre o golpe de 2022. Fique ligado nos próximos capítulos